Page 38 - Edição 2 - Revista UFSCar
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COMUNIDADE
Ketilin Aguiar, estudante de Engenharia
de Alimentos, que não conhecia o
Porungo, quer continuar as pesquisas
na área no mestrado e no doutorado
diferentes etapas da produção do para atuar como docente no CCN, ção das características físico-quí-
Porungo, além da caracterização Naaman Francisco Nogueira Silva, micas do Porungo, como as quan-
socioeconômica dessa produção. também graduado em Ciência e tidades totais de proteínas e de
“Nós percebemos que são pouquís- Tecnologia de Laticínios pela UFV. A gordura, o perfil de textura, a umi-
simas as diferenças no modo como partir do seu envolvimento com o dade, o pH, o teor de sal e de ácido
fazem o queijo. Além disso, dentre projeto, uma nova fase foi iniciada, lático, dentre outras. Além disso, foi
outras conclusões, notamos que a de caracterização físico-química feito estudo sobre as características
os jovens, os filhos dos produtores, do queijo. “Sem literatura e sem do leite utilizado, que mostrou qua-
não estão envolvidos na fabricação, legislação disponíveis, que descre- lidade superior à média encontrada
o que, em parte, deriva da falta de
regulamentação para a comerciali-
zação”, conta Natan.
O trabalho inicial nos estudos “Sem literatura e sem legislação disponíveis,
sobre o Porungo também esteve
voltado à verificação das condições que descrevam as características do queijo
higiênico-sanitárias e da qualidade e regulamentem a sua comercialização, o
microbiológica do queijo, a partir
da realização de análises em amos- produto não é valorizado e não alcança, por
tras de diferentes produtores. “Os exemplo, escala de produção, que resultaria
resultados mostraram que, em ter-
mos gerais, a produção é segura, na ampliação dos ganhos”
pois não encontramos patógenos
como a Listeria e a Salmonella”, re-
gistra o professor da UFSCar. Essa
primeira etapa foi finalizada em ju- vam as características do queijo e nas regiões Sudeste, Centro-Oeste
lho de 2016. regulamentem a sua comercializa- e Sul. Essas análises do leite foram
ção, o produto não é valorizado e realizadas na Clínica do Leite da
Novo desafio: determinação das não alcança, por exemplo, escala de Escola Superior de Agricultura Luiz
características físico-químicas produção, que resultaria na amplia- de Queiroz (Esalq-USP), parceria
Mas, ainda no início de 2016, ção dos ganhos”, afirma Naaman. fundamental para o projeto, junta-
o “time Porungo” já tinha ficado Assim, essa etapa do trabalho teve mente com a Empresa de Pesquisa
maior: chegou à Lagoa do Sino, como objetivo justamente a descri- Agropecuária de Minas Gerais (Epa-
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