Page 40 - Edição 2 - Revista UFSCar
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COMUNIDADE


                              Como é produzido o Porungo



















               1       ADIÇÃO DO SORO E                          2      COAGULAÇÃO, CORTE DA MASSA,

                       DO COALHO
                                                                        DESCANSO E FERMENTAÇÃO
                A  produção  do  queijo  propriamente  dita  come-  Depois do período de coagulação,  a coalhada
             ça, depois da ordenha, com a adição do coalho – um   precisa ser “cortada”, ou “embolada”: ela é mexida
             conjunto de enzimas industrializadas - que serve para   lentamente, para que a massa se separe do soro e
             separar a porção sólida  – proteínas e gordura – da   forme pedaços “nem muito grandes, nem muito pe-
             porção líquida, ou soro. No mesmo momento, tam-  quenos, sem moer”, como orienta Jolice. Vem então
             bém é feita a adição do “soro-fermento” guardado da   um novo período de descanso, para que a massa
             produção do dia anterior. “Para cada 10 litros de leite,   “dê  ponto”  a  partir  de  um  processo  de  fermenta-
             eu ponho uma colher de coalho e um copo de soro”,   ção, o que demora cerca de 4 horas. Ao longo desse
             revela Rosana. A temperatura do leite é importante –   processo, a massa vai para o fundo e o soro é reti-
             ou direto da vaca, ainda quentinho, ou ligeiramente   rado, com uma parte sendo guardada para o queijo
             aquecido, se ficou refrigerado. Adicionados o coalho   do dia seguinte
             e o soro, a mistura fica descansando até coagular, por
             um tempo que varia entre 45 minutos e 1h10.


















               3       FILAGEM                                   4      SALGA E FINALIZAÇÃO



                A etapa da “filagem” é que dá a principal carac-  Depois de moldado o queijo vai para a salmoura;
             terística do queijo Porungo, mas também é a que   a água, misturada com muito sal grosso, em geral
             torna sua produção trabalhosa. Além da dificuldade   é  fervida,  e  aqui  também  há  alguns  truques:  Luiz
             inerente à tarefa meticulosa de trabalhar a massa do   “acaricia” o queijo durante a salmoura para que não
             queijo com as mãos até que ele adquira o formato de   fique enrugado; Rosana cobre com um pano, para
             cabaça, típico do Porungo, isto é feito mergulhando   que o queijo permaneça sempre molhado, evitando
             a massa em água quente, quase fervente. A massa é   manchas pelo contato com o ar. Depois é só escor-
             cortada em fatias que, mergulhadas na água quen-  rer, embalar em saco plástico e colocar na geladeira
             te, são pressionadas com as costas de uma colher   ou, se for o caso, no freezer.
             até derreter. Elas são então esticadas – ou “filadas”
             – e depois dobradas, redobradas e modeladas nas
             mãos até chegarem ao tamanho final desejado. “O
             teste do Porungo é o pescoço. Se pendurar pelo pes-
             cocinho e não degolar, ele foi bem feito”, revela Luiz.


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