Page 29 - Edição 2 - Revista UFSCar
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CULTURA
“Minha mãe se
aproximou da janela,
a professora me viu
tar um projeto de Musicalização In-
fantil na Universidade. No princípio, e perguntou para
foram duas turmas formadas por
crianças, filhas e filhos de servido- minha mãe se eu
res da UFSCar e da comunidade. “A podia participar da
ideia era que movimentos culturais
fossem intensificados na Universi- aula. Depois disso,
dade, também entre crianças e jo- nunca mais saí de lá
vens. Lembro que naquela época
quase não se via crianças no Cam- e meus problemas
pus, e chegou a ser questionada a
presença delas aqui”, relembra Ilza durante o sono
Joly. Uma das integrantes das pri- sumiram.”
meiras turmas foi Carol Joly, filha de
Ilza, que anos mais tarde assumiria la, a professora me viu e perguntou
o projeto, dando sequência ao tra- para minha mãe se eu podia parti-
balho realizado pela mãe. cipar da aula. Depois disso, nunca
Se Carol era estimulada pela mais saí de lá e meus problemas
mãe, outra aluna, Gabrielle Alva- durante o sono sumiram.” Mais tar-
renga, chegou por acaso no projeto de, com 9 anos, Gabrielle entrou na
que mudou sua vida. Ela tinha um Orquestra e permanece até hoje.
ano e oito meses e fazia tratamen- Durante as atividades de musi-
to com psicólogos na Universidade calização, as crianças aprendiam
em razão do sonambulismo. Como sobre os diversos instrumentos,
qualquer criança, ela chorava muito tanto os de sopro, como os de per-
nas sessões. Em uma delas, a mãe cussão e de cordas. Muitos pais
foi passear pelo Campus para ten- ficaram sabendo da iniciativa e
tar acalmá-la. Ao passar ao lado da outras crianças chegaram ao gru-
sala onde aconteciam as aulas de po. Dois anos depois foi criada a
LAbI/UFSCar musicalização, a pequena Gabrielle Orquestra Infantil, que viria a ser o
embrião da Orquestra Experimen-
ouviu a música e parou de chorar.
tal, e que contou com a orientação
“Minha mãe se aproximou da jane-
Mariana Sampaio é estudante
da UFSCar e integra a
Orquestra Experimental
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