Page 21 - Revista UFSCar Edição 3
P. 21
ALÉM DA SALA DE AULA
que eu ficava em casa, não fazia nada.
Foi na feirinha que eu tive a visão de
abrir o meu próprio negócio. Hoje eu
já tenho um ponto de venda na mi-
nha casa; os alunos também vão lá,
daí já divulgam na cidade”, conta ela.
Outro exemplo de sucesso é o
do produtor João Emílio de Almei-
da, que começou a vender na Feira
da Lagoa e depois na cidade; com
o aumento da demanda, abriu um
sacolão em Campininha (como
Campina do Monte Alegre é cari-
A produtora nhosamente chamada pela comu-
Patrícia Alvarenga nidade local). “Eu produzia verdura
de Albuquerque
no sítio e me convidaram para par-
ticipar da feirinha: levava alface, be-
cais e de suas necessidades. “Diag- vai atendendo os gostos deles e vai terraba, cenoura, chicória, rúcula,
nosticamos que eles produziam crescendo cada dia mais”, comemo- cheiro verde… A oportunidade foi
muito alimento, mas não tinham ra Patrícia. uma alavanca. Já abri meu comércio
canais para o escoamento da pro- Alguns produtores participantes vendendo o que produzo no sítio e,
dução. Ao mesmo tempo, a comu- da Feira da Lagoa já ampliaram seu hoje, ainda tenho que buscar no
nidade da UFSCar, especialmente trabalho. Foi o que aconteceu com Ceasa, porque a demanda aumen-
os alunos, se mostrava interessa- a própria Patrícia, que montou uma tou e as pessoas querem produtos
da em consumir produtos frescos, loja. “A ideia da feirinha foi ótima por- de qualidade”, diz João Emílio.
produzidos de uma maneira mais
orgânica, mais simples. E esses dois
grupos não dialogavam. Foi quan-
do percebemos a importância de
aproximá-los e trazer os produto-
res para dentro do Campus Lagoa
do Sino”, conta o professor.
O produtor Sival Leite de Sousa
é um exemplo: com dificuldade em
comercializar seus produtos, viu na
Feira da Lagoa uma oportunidade.
“Ano passado, vendi mandioca, alfa-
ce, couve, cheiro verde, abobrinha,
repolho, beterraba, cenoura... A Fei-
ra nos ajuda porque não temos para O comerciante João
quem vender a nossa mercadoria”, Emílio de Almeida
relata ele. Além de ter um canal para
escoar a produção e divulgar seus
cursos de capacitação voltados a A FEIRA EM NÚMEROS
produtos, o grupo Comsal propõe
práticas de segurança alimentar,
incluindo higiene e manipulação de SETEMBRO DE 2016 - primeira edição da Feira;
alimentos. Com isso, os produtores
conseguem agregar valor à sua pro- Atualmente, de 5 A 8 FAMÍLIAS participam ;
dução. “Na primeira Feira da Lagoa,
eu trouxe só mel. Mas eu comecei a A Feira é realizada a cada 15 DIAS, no período letivo;
ter visão de crescimento e trazer ou- São 4 PROFESSORES e cerca de 20 ALUNOS
tros produtos. Daí eu fui agregando
valor, fazendo pão de mel, geleias, envolvidos na organização.
doces, compotas de pimenta e de
legumes”, conta Patrícia Alvarenga
de Albuquerque. “Os estudantes
mesmo vão dando ideias, a gente
revista UFSCar 21