Page 52 - Revista UFSCar Edição 3

ESPECIAL SAÚDE - CURSO DE MEDICINA

plo, um braço para o treino de “Nós temos a a USE dá suporte a essa estratégia
acesso venoso ou uma cabeça para na Atenção Secundária. A docente
entubação – e modelos anatômicos possibilidade de ensinar também destaca a oportunidade
– como uma pelve feminina para dos estudantes de Medicina traba-
realização de exame ginecológico o aluno a aprender, a lharem em equipes multiprofissio-
– até um manequim de alta fideli- buscar o conhecimento, nais, já que, na Unidade, além da
dade, cujas respostas fisiológicas às equipe técnica multiprofissional, há
ações dos estudantes, controladas e isto tem duas ações dos demais cursos da área
por um software, são as mesmas de consequências da Saúde da UFSCar, nas quais os
um paciente real. Uma curiosidade, futuros médicos interagem tam-
que ilustra o papel pedagógico da importantes. O bém com professores e estudantes
simulação, é que esse manequim dessas áreas (Saiba mais na repor-
poderia chegar a morrer, mas a ati- estudante tem um grau tagem sobre a USE).
vidade sempre é interrompida an- de responsabilidade
tes que isso aconteça. “No mundo Hospital Universitário e Santa Casa
dos cenários, nunca podemos dei- muito grande perante O internato é o último momento
xar o paciente morrer, exceto se o o seu aprendizado do curso de Medicina, desenvolvido
objetivo for aprender a lidar com a nos quarto e quinto anos, quando a
morte. Caso contrário, se chegamos e, junto a isso, uma prática profissional acontece princi-
à morte perdemos todo o aprendi- palmente em cenários hospitalares.
zado, porque o estudante só viven- oportunidade de Durante alguns anos, os estudan-
cia aquela experiência de morte e o construir o seu próprio tes tiveram de sair da cidade e ir
objetivo de, por exemplo, praticar a a outros municípios para cumprir
reanimação após uma parada car- conhecimento” essa parte da sua formação. Foi só
diorrespiratória, não é atingido. Por em 2016 que as atividades pude-
isso, quando estamos caminhando bulatórios de especialidades. Nesse ram ser integralmente realizadas
para a morte, nós paramos o pro- contexto, a Unidade Saúde Escola em São Carlos, a partir de estabe-
cesso antes, para discutir o que está (USE) da UFSCar é um espaço es- lecimento de um convênio entre a
errado e quais alterações são neces- sencial, que também traz o seu Universidade e a Santa Casa e de
sárias”, conta Contini. diferencial: o compromisso com o avanços na implantação do Hospital
A Coordenadora da USPPS tam- cuidado integral e ampliado, que Universitário (HU). O HU, hoje, abri-
bém destaca o programa de pacien- olha não para a doença, mas para a ga atividades de Clínica Médica, Saú-
te simulado, que, mais uma vez, tor- pessoa, suas necessidades de saú- de da Criança e Cirurgia Geral, além
na a UFSCar pioneira no Brasil. Por de e seu entorno. A Diretora Técni- de ambulatórios de especialidades.
meio do programa, pessoas da ci- ca da Unidade, Maristela Adler, ex- “A Coordenação do curso de
dade de São Carlos são convidadas, plica que essa atenção integral é o Medicina tem de reconhecer o pa-
por meio de edital, a atuar como princípio da estratégia de Saúde da pel fundamental que a Santa Casa
pacientes, a partir de um processo Família, na Atenção Primária, e que teve no acolhimento do internato. E,
de capacitação e do recebimento de
roteiros com informações sobre o
personagem que devem represen- Simulação da prática tem
impacto direto na formação
tar. Hoje, são cerca de 30 pessoas profissional dos estudantes
cadastradas, entre jovens, adultos e
idosos, com os quais os estudantes
exercitam principalmente as habili-
dades de comunicação.

Unidade Saúde Escola
A partir do terceiro ano do cur-
so, a prática profissional dos estu-
dantes de Medicina passa a contar,
além da área de Saúde da Família
e Comunidade, com atividades de
Saúde do Adulto e do Idoso, de
Saúde da Mulher e da Saúde da
Criança. Neste momento, entra-se
na Atenção Secundária e, como ce-
nários, ganham relevância os am-

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